O Encontro Com o Sentido

É generalizado que a globalização tem vindo a tomar posse do tempo, onde se prolifera que este passa rápido demais. Já não há tempo para o que mais importa.

Enquanto no seu percurso, o homem necessita garantir a sua sobrevivência material. É louvável que o façam com o empenho devido. Esta é uma responsabilidade sua diante o livre arbítrio em que é colocado.

Porém, há escolhas conscientes, onde o sentido do propósito está presente e que dignificam a condição humana no conteúdo em que essas escolhas recaem. Mas também, e em face de uma competição desmedida para a qual o homens se remete e se deixa dominar, muitas das escolhas por si efetuadas são desmesuradamente inconscientes, desprovidas de fundamento, desprovidas de conteúdo, de dignificação, desprovidas de sentido. E quando estas mesmas inconstâncias arremessam para o desrespeito para com os outros, a violência toma lugar. A violência da palavra, violência pessoal, psíquica, moral, violência de atitude, violência física, violência que colmata com danos irreversíveis ao nível espiritual.

PAZ, palavra tão doce, tão bela, tão cheia de significado, tão iluminada e tão supostamente inalcançável. Porquê? O firmamento é constituído pelo universo. Neste levitam as estrelas, os planetas, e entre estes, o planeta Terra. Este planeta é formado por tudo quanto é ser vivo. O ser animal, vegetal, mineral, o ser humano… De todos os seres, Deus foi particularmente generoso com um. O SER HUMANO. Dono de uma imensidão de capacidades a todos os níveis e alcances. Expressa-se através dos sentidos, tem o dom da inteligência, da criatividade, da construção, do invento, da posse, tudo de forma racionalizada. Ao contrário dos outros seres vivos, que se comunicam e movimentam através dos instintos, mas irracionalmente. O ser humano pensa, o ser animal não.

O homem, ao ser portador de uma tão elevada fasquia de aptidões, também é dono da sua liberdade, tenha ela a forma que se lhe queira dar. Dentro desta liberdade, usada a proveito para o mais conveniente que seja, o homem faz as suas escolhas. Esquecendo-se, porém, que no espaço por onde se move, as suas escolhas poderão interferir, ou não, com as escolhas dos seus companheiros de caminho.

Esquece-se também, que a “PAZ” é uma escolha sua aplicá-la ou não. Quando o infortúnio, a desavença, a guerra se instalam, seja num lar, num posto de trabalho, numa rua, numa cidade, numa nação e por fim no mundo, esta sucessão não é senão a rotação e o reflexo do que vai no interior de cada um. Melhor especificado, a paz global não existe se o ser humano não estiver e não conquistar a sua própria paz interior. 

Ao não estar em paz consigo, remete este estado de sentido para os que estão ao seu lado; por sua vez, estes ao não cultivarem a paz interior, vão refletindo para os outros que estão à sua volta, e assim num incessante escrutínio de sucessões, até que o planeta fica contagiado pelo estado de “NÃO PAZ”, que não é senão o reflexo do estado interior de cada ser humano na sua individualidade. O resultado é o efeito bomerang.

Urge tomar consciência de que a paz do mundo depende do estado de paz dos seres conscientes e racionais que nele habitam, e que, por sua vez, esta paz depende do estado de paz interior e individual de cada um e de si para si. Após cada um fazer a sua parte, a tão almejada paz, essa palavra linda e aparentemente inalcançável fica e está aí ao alcance da humanidade.

É tão simples! Porquê complicar? O estado do mundo é o reflexo do estado dos seus habitantes. Quantos problemas se resolveriam, quanta fome e sede saciados, quanta doença curada, quanto abrigo oferecido, quanta alegria instalada se o homem descesse do pedestal da sua arrogância e construísse a sua paz, a paz interior, cujos reflexos positivos para o universo teriam um alcance inalcançável à perceção humana. Tudo tem eco. Tudo.

Construir a paz interior é o bem maior que homens e mulheres podem fazer por si mesmos, sabendo de antemão que esta harmoniosa labuta irá expandir para aquela que foi por si escolhida como a “sua casa”. O PLANETA TERRA, com tudo o que é sua constituição.

Aqui o Amor faz-se presente. Sempre em nome do Amor".

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