O legado sobre o qual cada homem deve trabalhar para efeitos de
transmissão, é o “sentido da consciência” mais profunda do “ser”.
Importa saber que todas as ações tidas em cada momento, interferem com o
TODO da globalidade universal. A fé, tida normalmente como sentido de
religiosidade, tem uma amplitude tal que ultrapassa em muito para além desse
estigma. No verdadeiro sentido, a fé provém do lado consciente do ser que a
apregoa, desse lado que sabe caracterizar, que sabe descrever e fundamentar,
mas também de um outro lado sobre o qual não se consegue explicar nem observar.
Contudo, a dificuldade assiste-se em saber distinguir, conscientemente, de
que lado da consciência ela provém, em que valores assenta. Dir-se-ia que, de
certo modo, inconscientemente o homem adivinha o que a sua consciência pretende
transmitir.
Este é um tema (consciência) que tem um pano de fundo que acarreta alguma
complexidade de entendimento. Verdadeiramente, o homem sabe que existe,
toca-se, pensa. Sabe também que premedita conscientemente muitos de seus feitos
na sua existência, constrói, destrói, sob a formulação de ato inconsciente.
Vejamos: este estado de consciência que carece de elucidação, não se
refere à dos atos praticados ou não. Refere-se sim à “consciência de si”, do
distinguido “proto-si*” mais profundo da essência humana. O ser humano é o
único ser racional que faz parte da colossal obra de Deus. É racionalmente
inteligente, racionalmente pensador, racionalmente edificante, … Logo, ao que o
ser humano tem vindo a aceder ao longo dos tempos, é ao seu lado “consciente”
que se encontra mais à superfície do seu ADN. Ainda não conseguiu adentrar nas
profundezas mais ocultas da sua constituição, àquele local sagrado onde habita
toda a sua real verdade, que o faz permanecer na existência, ou seja, que
permite a sua vida.
Sublinha-se aqui, o “inconsciente” tido como o “não sentido”, o lado oposto
onde reside a ignorância do conhecimento que visa o alinhamento à sabedoria.
Este, não é senão o lado mais cómodo de se assentar. É o lugar onde se
convencem não lhe serem pedidas responsabilidades, onde a inconstância do
comportamento não merece reflexão. Afinal, é tudo manuseado de forma
inconsciente. Há que acordar. Este parafrasear não deixa de ser pura ilusão de
ótica dos sentidos.
Todo o “inconsciente” tem verdadeiramente o seu lado “consciente”, logo,
não há que se deixar divagar sob os laivos da ingenuidade.
“Ser Consciente”, traz consigo a
responsabilidade de responder por si perante a própria vida, perante as
verdadeiras intenções da ação, que se pretende seja coerente e coesa no seu
conteúdo de valores mais elevados.
Já se perguntou a razão pela qual, em determinados momentos, é
avassaladoramente tomado por multi-sentimentos e emoções totalmente
distintos e vividos num único momento? Tem “consciência” da atividade celular
em que seu organismo se encontra nesses momentos? Tem “consciência” de que pode
mudar esses estados de sentidos, quando surgem? Tem “consciência” que aqui,
neste mesmo ponto, entra a sua “responsabilidade” para com a sua vida e seu
bem-estar? E tem “consciência” de que, sejam quais forem os seus sentidos, estes
vão interferir com os sentidos dos outros? São muitas questões que se colocam
para refletir.
Não se confunda este como sendo um trabalho científico, pelo contrário,
este fica bem mais a jusante, onde não há sequer pontos convergentes. No
entanto, não se pode deixar de referir que muitos estudos já foram levados à
pertinência deste tema. Muitos conceitos já foram formulados numa tentativa de
resolução deste, que não deixa de ser um mistério às mãos humanas. Trabalhos
científicos que merecem de facto LOUVOR.
Porquanto, é de frisar que a “consciência de si” não é uma ciência que pode
ser estudada a partir da racionalidade bioquímica da constituição humana; pelo
contrário, é o encontro de “si com o si” que se manifesta na essência do “ser”,
na alma e que, por conseguinte, ultrapassa todas as ciências. É diferente em
todos os seus contornos.
O lado consciente é o lado que dá voz ao homem, que mede o valor das suas
palavras, das suas atitudes, dos seus feitos, e que lhe indica a direção a
seguir. Impõe-se, portanto, que o ser humano aprenda a dar mais voz “à sua
consciência”, e daí assumir as suas responsabilidades pelas escolhas; em
detrimento do “agir inconscientemente”, porque nesta ênfase, a responsabilidade
também é do homem.
* “lugar” no qual o organismo procede a uma interligação de representações,
inacessível a qualquer observação
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